quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sonho Acordada


Ai eu sonho com ele
E fico pensando que nunca nos tocamos
Talvez nem nos olhássemos como homem e mulher
Sinto-me tão próxima e imensamente distante
Penso nele como uma pessoa que poderia me descobrir
Enquanto nada acontece
Sinto-me cada vez melhor pra amar
Sigo dia a pós dia apaixonável
Sonho acordada... Feito boba parada olhando paredes
Eu precisava de um rosto
Pra esse homem e dei o seu
Procurava um olhar que se agigantasse
Quando cruzasse com meu
E foi de você que ganhei esse olhar
Eu lhe dei a mão, mas nunca nos tocamos.
Restam-me apenas os sonhos?
Eu não tinha um nome
Agora o tenho selado no céu da boca
Encosto meu rosto cansado no travesseiro
Mas não durmo...
Hoje não sonho mais... Só espero
Poder um dia desenha-lo na parede da minha vida!


sexta-feira, 7 de junho de 2013

É tá meio cinza lá fora 
Mas o que fazer se o céu não quis se pintar?
Até o verde anda mais desbotado
E o vento que corre pra todo lado 
Tá perdidinho o coitado
É tempo de frio ele chega chegando 
Tomando conta de tudo
Invernando todo canto
Colorindo num tom só...
Todo mundo veste preto no frio
Como se fosse um gigante velório
O sol morreu por tempo provisório
Eu não gosto dessa época
Todo mundo se encolhe e se fecha
Feito ostra velha
Esquecida nas peixarias fétidas
E nem se lembram das pessoas lá fora
Dos senhores e senhoras
Das crianças que choram... Imploram pro frio ir embora
Para que não morram antes da hora
Enrola-se nos cobertores que logo chega à noite
Procura um canto escondido pra morrer feito mendigo
Sem saber qual seu nome
Bebemos os mortos
Vestidos de preto num enorme velório
Lú Frizarini


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Agradeço




Reflexões

Mesmo que o dia possa nascer outra vez
Nosso futuro é tão incerto 
Vivemos num mundo cheio de atitudes mesquinhas
Rostos sisudos
Expressões amargas
Pois no fundo vivemos com medo
De que o amanhã não chegue
É como se uma ameaça de bomba fosse ouvida nos
Rádios diariamente
Nossos corpos estremeceriam
Pois nossa carne é fraca
Nossos corações egoístas
E como sonâmbulos passamos pela vida
Criando sonhos que nunca se realizarão
Pois que seria de nós sem os sonhos
Neles somos pessoas melhores
Não enxergamos nossos defeitos mais torpes
Nos sonhos o mundo é melhor
E ainda lutamos
Mas as bandeiras hoje não são estiadas
As bombas são criadas em laboratórios
Os animais morrem e nós fingimos estar vivos
Esse medo que nos cerca do amanhã não vir
Bloqueiam-nos das lutas que um dia foram nossas
E hoje só as lemos nos livros de História
E as noticias que ouvimos são mortes sem nomes
Sem rostos sem manhã...
Lú Frizarini

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